Fruto da dissertação de mestrado do médico-veterinário Renato de Carvalho Lopes, da Emater-DF, o livro “Ater digital: possibilidades, desafios e aproximações conceituais”, lançado recentemente, investiga os novos rumos do trabalho de Ater (assistência técnica e extensão rural) no Brasil. A obra foi escrita em parceria com os professores Luís Fernando Soares Zuin e Marcelo Leles Romarco de Oliveira e lançada como o primeiro volume da série “Diálogos em Ater Digital”, da Rede Aurora — um coletivo de estudos e pesquisas que envolve vários representantes de entidades ligadas à extensão rural na América Latina.
“O uso de recursos digitais no nosso trabalho já era uma realidade, mas a pandemia do novo coronavírus acelerou esse processo”, explica Renato. Ele conta que ingressou no mestrado em 2019, na Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, e reorientou sua pesquisa a partir do isolamento social causado pela crise sanitária. “Tivemos que programar nosso atendimento aos produtores de forma não presencial, utilizando o telefone e a internet com mais frequência”, acrescenta.
A partir de um amplo questionário aplicado aos colegas da Emater-DF, Renato investigou as consequências do teletrabalho, então adotado pela empresa, pesquisando como a pandemia interferiu no resultado do atendimento ao produtor e na rotina dos extensionistas. “Hoje, podemos falar numa ater híbrida, que engloba trabalho digital, remoto, virtual e analógico”, explica, ressaltando, no entanto, que esses conceitos ainda estão em debate no âmbito acadêmico.
Apesar do foco na comunicação tecnológica, o veterinário da Emater-DF faz questão de lembrar que nada substitui a presença física. “O extensionista tem uma visão completa do trabalho do produtor, sua família, suas condições. Trabalhamos com empatia e confiança, e nenhum meio digital jamais vai superar o contato direto e presencial com nosso público”, observa. Futuramente, Renato pretende estudar a visão do agricultor e quais impactos a tecnologia causa no seu cotidiano.
Qualificação
Para incentivar a qualificação do seu quadro de empregados, a Emater-DF possui um programa de pós-graduação. A cada dois anos, a empresa lança um edital para seleção de funcionários que desejam cursar uma pós em latu sensu (especialização ou MBA) e strictu sensu (mestrado e doutorado).
Uma comissão interna, presidida pela diretora-executiva da empresa, define os critérios e analisa cada projeto. Os selecionados, ao final, apresentam os trabalhos aos demais colegas da empresa. O médico-veterinário Renato de Carvalho Lopes foi um dos participantes da última edição do programa. Atualmente, dos 321 empregados da Emater-DF, 241 possuem especialização — latu sensu ou strictu sensu.
O livro “Ater digital: possibilidades, desafios e aproximações conceituais” pode ser baixado aqui.
A Emater-DF
Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.
Emater-DF
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