Encerrou na tarde desta terça-feira (25) o curso de qualificação de mão de obra em bovinocultura leiteira. Mais de 30 produtores e trabalhadores rurais participaram do curso, que teve sua primeira etapa na semana passada, dia 18, no auditório do Centro de Capacitação e Comercialização da Agricultura Familiar e o encerramento no Recanto das Emas, no Centro de Tecnologias para Raças Zebuínas Leiteiras (CTZL) da Embrapa Cerrados, parceira da Emater-DF na realização.

Segundo o zootecnista e coordenador do programa de Ruminantes e Equídeos da Emater-DF, Maximiliano Cardoso, o processo contínuo de qualificação de mão de obra tem o objetivo de melhorar os processos dentro da propriedade, além de ser uma oportunidade para que o produtor rural tenha informações que o ajude na tomada de decisão no dia a dia do trabalho.

“Esse curso traz os pontos principais dentro do contexto produtivo de leite onde eles vão se atentar no dia a dia, como a sanidade dos animais, nutrição, gestão da propriedade e, com esse olhar mais atento, o produtor pode depois contactar os técnicos da Emater-DF para desdobrar em ações dentro da propriedade e continuar o trabalho apontado aqui”, explica o zootecnista.

Participando pela primeira vez de um curso na área de bovinocultura leiteira, a produtora rural Maria Aparecida Martins, do assentamento Oziel Alves, trabalha com produção orgânica, mas sempre teve vontade de criar gado de leite e começou a produzir leite e derivados. “Meu pai fazia o melhor requeijão da região. Morávamos em Pirapora, Minas Gerais, e vinham clientes de Belo Horizonte atrás do requeijão dele”, conta. Atualmente, ela possui quatro animais e fez o curso para aprender a manejar corretamente. “Amei o curso, aprendi muitas coisas interessantes”, disse a produtora.

Sobre a importância da participação tanto de produtores como de trabalhadores rurais no curso de capacitação, Maximiliano destaca. “Um trabalhador capacitado e motivado pode evitar situações críticas, como perda de um animal ou desperdício de ração, por exemplo”, disse o técnico.

Nesta edição do curso, os participantes tiveram informações sobre nutrição, sanidade, manejo dos animais e gestão da propriedade rural, além de procedimentos práticos como contenção de animais, procedimento de cura de umbigo, vias de aplicação de medicações, entre outras técnicas.

A parte prática do curso foi realizada no CTZL, uma unidade de referência tecnológica pensada para ser semelhante às fazendas e propriedades rurais que trabalham com produção de leite, com o objetivo de representar a realidade do produtor. A pesquisadora e supervisora do CTZL Isabel Cristina Ferreira explica que os animais da unidade passam por duas ordenhas ao dia. “A proposta é que o produtor possa ver na prática a forma ideal de fazer, e ver que funciona e pode ser replicado no seu dia a dia”, afirma.

Ela acrescenta ainda que a parceria com a Emater-DF é exitosa e de longa data. “Nossa função na Embrapa Cerrados é fazer a pesquisa, produzir tecnologias. O próximo passo é a adoção pelo produtor, e é a Emater que faz a ponte de levar o resultado da pesquisa até o produtor rural, para que ele conheça e aplique a tecnologia produzida aqui”, afirma. “A Emater leva essa tecnologia e adequa à realidade do produtor e, se não der certo, volta pra pesquisa para fazer ajustes, se necessário”, completa.

Para o coordenador de ruminantes da Emater-DF, aproximar o produtor do pesquisador também é importante. “Tudo o que a gente leva até o produtor passou por uma etapa de pesquisa e foi validado, então a assistência técnica e extensão rural entra na forma que isso vai ser direcionado para o produtor. Estamos todos envolvidos no mesmo propósito”, afirma Maximiliano.