Emater-DF será o ponto de convivência de nova CSA no DF
“É sair da cultura do preço para a do apreço”. É assim que a agricultora e presidente da Associação de Produtores Agroecológicos do Alto São Bartolomeu (Aprospera), Fátima Cabral, define a participação da sociedade no processo de produção de alimentos por meio de Comunidades que Sustentam a Agricultura (CSAs). O agricultor deixa de vender seus produtos através de intermediários e conta com a participação das pessoas para o financiamento e escoamento da sua produção.
No Distrito Federal existem 22 CSAs e mais uma está sendo criada com participação de servidores da Emater-DF e Secretaria de Agricultura. Quem escolhe fazer parte de uma CSA deixa de ser um consumidor e se torna um coagricultor. Passa a colaborar para o desenvolvimento sustentável da região, valorizando a produção local, conhecendo de perto de onde vem o seu próprio alimento e podendo também participar da produção.
A nova CSA está acolhendo coagricultores para a produção de William Lopes da Silva, que faz parte da Aprospera, que reúne 40 famílias de agricultores de três núcleos rurais da região de Planaltina. O objetivo da ação é o escoamento de alimentos agroecológicos de forma direta ao consumidor. O compromisso é estabelecido por um ano, seguindo o ciclo agrícola da produção.
Os coagricultores recebem semanalmente, no Ponto de Convivência da CSA, os alimentos colhidos. A Emater-DF será o ponto dessa nova CSA, que inclui servidores da empresa, da Secretaria de Agricultura e outras pessoas que tiverem interesse em participar.
Dessa forma, o produtor não precisa se preocupar com a comercialização e pode focar no cuidado com a terra e com a produção. Por outro lado, o coagricultor recebe alimentos orgânicos frescos, de qualidade, sem atravessadores e que não gera lixo de embalagens, sabendo como e onde eles foram produzidos.
Como participar
Quem tiver interesse em conhecer mais e se tornar um coagricultor, a Emater-DF está organizando uma excursão à propriedade de William Lopes da Silva, no assentamento Oziel Alves (núcleo rural Pipiripau II, em Planaltina). Ele será o agricultor da nova CSA e mostrará como é sua produção e planilha de custos. A atividade será na próxima segunda-feira (30), às 80h30, com saída do edifício sede da Emater-DF, na Asa Norte. É preciso confirmar presença com a engenheira agrônoma da Emater-DF, Bruna Heckler (99928-4502).
Conheça mais sobre o agricultor William Lopes.
Serviço
Visita a campo – Assentamento Oziel Alves – Produtor William Lopes
Data: 30/10 – segunda-feira
Horário: 8h30 (saída do edifício sede da Emater-DF – Asa Norte)
Sobre a Tecnologia Social CSA
CSA vem da expressão em inglês Community Supported Agriculture, que significa Comunidade que Sustenta a Agricultura. Neste modelo, a agricultura é apoiada pela comunidade. O agricultor deixa de vender seus produtos através de intermediários e conta com a participação das pessoas para o financiamento e escoamento da sua produção.
CSA é uma tecnologia social que apresenta alternativas para apoiar a produção local de alimentos orgânicos, promovendo espaços de interação entre as pessoas na cidade e no campo. Quem escolhe fazer parte de uma CSA, deixa de ser um consumidor e se torna um coagricultor. Passa a colaborar para o desenvolvimento sustentável da região, valorizando a produção local, conhecendo de perto de onde vem o seu próprio alimento e podendo também participar da produção.
Para formar uma CSA é preciso estabelecer relações de confiança. O agricultor apresenta todas as informações sobre os seus custos e meios de produção, a partir daí os custos são divididos em cotas mensais entre os coagricultores, passando a comunidade CSA a ser a financiadora da produção do agricultor. A comunidade assume o compromisso de financiamento, pagando antecipadamente pelos alimentos que serão produzidos. Dessa forma, o custo individual de cada tipo de alimento deixa de ser relevante, passa-se a valorizar uma visão sistêmica da produção como um todo e tornam-se visíveis outros aspectos realmente necessários para sustentar o tipo de agricultura que a comunidade deseja (necessidades dos agricultores, tarefas de organização da comunidade, riscos associados à produção, entre outros).
Tudo que for colhido já está pago e é destinado aos coagricultores. Na CSA não há atravessadores ou o risco de não escoamento da produção. Por isso, o agricultor tem mais segurança de que sua produção já tem destino certo e pode se dedicar à terra com mais alegria e satisfação! Os alimentos são distribuídos entre os membros da comunidade, entregues em Pontos de Convivência próximos de suas residências, semanalmente. Os coagricultores são responsáveis pelo recolhimento dos seus próprios produtos, de acordo com a cota que possui na comunidade.
Uma cota prevê aproximadamente 10 itens contendo folhas, raízes, legumes, flores e frutas. Famílias maiores podem optar por adquirir 2 cotas da comunidade, chegando a 20 itens diversificados. O valor da cota poderá variar em cada CSA, pois depende dos custos de produção e do número de coagricultores envolvidos. Podem participar da CSA outros produtos complementares como Pão, Ovos, Queijos, Mel e o que mais a comunidade for capaz de apoiar e desejar sustentar.
CSA não consiste em um sistema de compras coletivas de orgânicos ou em um serviço de entrega de cestas. CSA também não é uma cooperativa de produção. A Comunidade que Sustenta a Agricultura se estabelece a partir do compromisso entre agricultor e coagricultores por um período determinado, geralmente seis ou doze meses nos quais dividem tarefas de apoio da comunidade, como o cuidado com os pontos de convivência, a comunicação no grupo e o controle financeiro.
As diversas CSA no mundo procuram não apenas reverter o fluxo de abandono das zonas rurais, como essencialmente promover a autoestima das pessoas interessadas em lidar com a terra, numa perspectiva socioeconômica integrada com a cidade.
Carolina Mazzaro
Assessoria de Comunicação da Emater-DF
Emater-DF
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