Produtores de café do Distrito Federal estão sendo mobilizados para participarem de uma pesquisa coordenada pela Universidade de Brasília (UnB), com apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) e financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), para um diagnóstico da qualidade dos cafés produzidos na Capital.

O objetivo é analisar as características químicas e sensoriais dos cafés para avaliar a possibilidade de registro de Indicação Geográfica (IG) dos grãos produzidos no DF. O registro de IG é conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de os distinguir em relação aos seus similares disponíveis no mercado. São produtos que apresentam uma qualidade única em função de recursos naturais como solo, vegetação, clima e o saber fazer.

A pesquisa conta com formulário que deve ser preenchido pelos produtores de café. A partir das respostas aos formulários, alguns produtores serão selecionados e amostras das safras 2024 e 2025 serão coletadas por técnicos da Emater-DF, que também farão a avaliação de algumas características da produção e coleta de amostras de solo.

As amostras serão analisadas pela UnB, Embrapa Cerrados e pelo Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), por meio de análises químicas e sensoriais, que vão possibilitar a caracterização do terroir dos cafés do DF. O terroir é o local específico onde ele foi plantado, cultivado, colhido e processado e interfere no desenvolvimento do café. Assim, terroir é tudo o que está em torno do café e o afeta de uma maneira única, que não se encontraria em outra região ou propriedade.

Outro ponto a ser analisado é o banco de dados de clima a partir da geolocalização de cada produtor, por meio do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). As informações vão avaliar como são as variações climáticas no DF e como interferem no cultivo do café.

A partir de todas as informações, caso os cafés do DF tenham características únicas, será possível fazer o registro de Indicação Geográfica, o que agrega valor aos grãos produzidos e  maior renda aos produtores.

Para mais informações e para participar da pesquisa, os produtores de café devem procurar o escritório da Emater-DF mais próximo da sua propriedade. Dúvidas em relação à pesquisa podem ser sanadas com Lívia de Lacerda de Oliveira, na Universidade de Brasília, pelo telefone 61-992674818.

A Emater-DF

Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 20 mil produtores do DF. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.