Governo do Distrito Federal
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24/09/20 às 21h34 - Atualizado em 25/09/20 às 22h04

Para agregar valor à produção, produtor de morango busca selo de Boas Práticas Agrícolas

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Produtor se orgulha dos morangos cultivados em sua propriedade, com controle rigoroso de defensivos agrícolas

 

Comprar mudas, preparar o solo, adaptar  e implantar tecnologias apropriadas para  uma plantação são algumas dos processos pelos quais um produtor interessado no cultivo de morangos deve realizar. No entanto, outras fases, que incluem muitos cuidados diários e rigorosos na propriedade e no plantio, bem como adaptações de instalações, são necessárias para que o produto ganhe o Selo de Boas Práticas Agrícolas (BPA). 

 

Brazlândia, região administrativa de Brasília, é conhecida pela alta produtividade no cultivo do morango. Atualmente, cerca de 200 produtores plantam a fruta na região. É pensando no valor que o selo agrega ao produto e na qualidade do que cultiva que o produtor Joaquim Máximo, 38 anos, do núcleo rural Betinho, em Brazlândia, entrou no programa de BPA do Sistema Agricultura do Distrito Federal e vem recebendo orientações da Emater-DF para se enquadrar.

 

“O selo vai valorizar meus morangos e facilitar muitas coisas, como a entrada da minha mercadoria nos grandes mercados, aumentando ainda mais minhas possibilidades de venda”, afirma. Em Brazlândia, pouco mais de 176 produtores inscritos no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), um dos requisitos do programa, estão recebendo orientações da Emater para adequação de BPA. Destes, sete estão em processo avançado de certificação da infraestrutura da propriedade. Até o momento, 16 produtores possuem o selo na região.

 

Máximo tem buscado especialização, investido na propriedade e vem colocando em prática as orientações da empresa sobre boas práticas. Em uma área de plantação de cinco hectares, Máximo cultiva 90 mil pés da morango, sendo as cultivares de Portola Nacional, Portola do Chile, Oso Grande, Albion e Camarosa. Hoje, toda a produção é vendida para fornecedores do DF, Palmas (TO) e Mato Grosso. 

 

Gerente do escritório da Emater-DF em Brazlândia, Renato Carvalho,  verifica instalação da fossa séptica

 

Adaptações como a do galpão para que os produtos sejam embalados, realização de métodos corretos de armazenamento e manuseio dos alimentos, proteção das fontes de água e um depósito adequado dos agrotóxicos são alguns dos processos pelos quais Joaquim já passou e concluiu com sucesso. O mais recente progresso na propriedade, que também faz parte do BPA e foi adquirido por meio da Emater-DF, foi a instalação da fossa séptica.

 

“A propriedade do Joaquim é uma das que estão no processo final da certificação. A fossa séptica é um incentivo do Governo do Distrito Federal para que os produtores possam se adequar e produzir alimentos de qualidade. O programa de implantação de fossas sépticas veio para ajudar o produtor, para que ele possa o mais rápido possível conseguir o certificado”, conta a extensionista Luciana Xavier, que faz o acompanhamento na propriedade.

 

De acordo com ela, para o recebimento das fossas sépticas, a Emater-DF priorizou as propriedades que estão inscritos no PAA do governo e que já estão no processo avançado de certificação da infraestrutura da propriedade. 

 

Uso de defensivos agrícolas 

Preocupado com a sanidade do alimento produzido e com a saúde humana, o uso de defensivos agrícolas é realizado sob o olhar minucioso de Joaquim Máximo. “Eu tenho um controle muito rígido em termos de defensivos do morango. Eu só uso os que têm registro próprio para hortaliça e respeito os períodos de carência entre as aplicações”, explica. O produtor também afirma usar corretamente a Caderneta de Campo. 

 

Joaquim Máximo entrega seu produto para fornecedores de Brasília, Palmas e Mato Grosso

 

“Por meio da caderneta, a gente sabe informações básicas sobre a safra e o tratamento dado pelo produtor, como, por exemplo, se ele respeita o tempo de carência para aplicar defensivos, se usa os produtos que são indicados para cultura e se anota cada passo corretamente”, explica Luciana. 

 

“Com base na caderneta, eu tenho três canteiros que eu faço para tirar como prova. No dia de colheita eu peso. Eu sei quantos quilos deu em um e no outro. Tenho como provar e tenho tudo registrado. Eu gosto do cultivo do morango”, ressalta Máximo.

 

Apesar de ser produtor há 24 anos e plantar morangos há 11 anos, foi nos últimos quatro anos que ele decidiu se especializar apenas no cultivo da hortaliça. “É uma planta que dá em longo prazo, nas secas e nas águas, produz muito e tem boa saída. Se eu tiver duas mil caixas de morango hoje, eu consigo entregá-las. Já outras lavouras a gente não consegue”, explica.

 

O produtor, que está bem próximo de receber a visita da equipe de auditores, composta por vários órgãos para a conquista da certificação, tem investido na uniformização dos procedimentos com objetivo de dar mais credibilidade ao seu produto, fazendo com que os gastos com os procedimentos de BPA sejam revertidos em retorno financeiro, com o valor agregado que o selo proporcionará aos seus morangos. 

 

Os paletes protegem os morangos do contato com o solo. A propriedade também só utiliza cestas de plástico

 

Para se adequar, entre diversas ações realizadas, Máximo abandonou as cestas de madeira e hoje só usa cestas plásticas na colheita. Isso porque as cestas de madeira devem ser evitadas por não permitir a higienização adequada e ainda causar danos mecânicos aos morangos. As cestas devem ser lavadas e sanitizadas antes e após a colheita.

 

Joaquim Máximo já utiliza o uso de paletes no ambiente de armazenamento, o que é o aconselhável para evitar o contato do produto com o chão e proteger os morangos contra sujeira e contaminação por patógenos presentes no solo.Toda propriedade deve possuir, entre outras recomendações, estrutura mínima para embalamento do morango, construído com material lavável (piso, parede e teto), em ambiente arejado e de boa iluminação.

 

Adesão no BPA

De acordo com Luciana, quando um produtor adere ao programa de BPA, passa a receber a visita de técnicos da Emater, que elaboram um plano de adequação da propriedade com sugestões de melhorias. O plano tem a validade de um ano e o prazo pode ser estendido nesse período. 

 

As BPAs são um conjunto de princípios, tecnologias, normas, práticas e recomendações técnicas que devem ser aplicadas desde a produção de insumos agrícolas até o transporte dos alimentos e entrega dos produtos ao mercado. O selo visa promover e assegurar a qualidade dos produtos agrícolas tornando-os seguros e adequados para o consumo humano, além de proteger o meio ambiente e melhorar as condições de trabalho e vida dos agricultores e trabalhadores rurais.

 

As boas práticas incluem o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) para o trabalhador do campo e também para os trabalhadores que fazem a higienização na pós-colheita. Questões de armazenamento e acondicionamento do produto também devem ser respeitadas. 

 

Morangos produzidos pelo produtor Joaquim Máximo, em Brazlândia

 

 

A Emater-DF

Empresa pública que integra o Sistema Agricultura do Distrito Federal junto com a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e a Ceasa. A Emater atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF e Entorno. Por ano, realiza cerca de 120 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.

Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal - Governo do Distrito Federal

Emater-DF

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