Ao todo, pouco mais de cinco mil agricultores atendidos pela Emater-DF no Distrito Federal trabalham com atividades ambientalmente sustentáveis. Destes, quase três mil adotam práticas preservacionistas, pouco mais de mil estão em transição agroecológica, 644 utilizam essas duas ações e 420 são de base agroecológica. De acordo com o Plano Plurianual (PPA) da empresa de 2019, a meta seria aumentar a produção sustentável em 20% até 2023 — objetivo que já foi superado no ano passado.
Segundo o gerente do Escritório Especializado em Agroecologia e Produção Orgânica (Esorg) da Emater-DF, Daniel Oliveira, com a alta de preços dos insumos convencionais, a tendência é que os agricultores encontrem soluções alternativas que tragam resultados. “As práticas sustentáveis, a médio e longo prazo, são bastante satisfatórias, não só do ponto de vista econômico, como também ambiental e social”, observa. No último domingo (5 de junho), foi celebrado o Dia Nacional do Meio Ambiente.
O casal Gabriel Pereira de Deus e Júlia Selau Verdum possui uma chácara de pouco mais de 7 hectares no núcleo rural Taquara (região administrativa de Planaltina). Frutas, hortaliças, grãos e raízes são cultivados em sistema agroflorestal, com certificação orgânica. “Procuramos manter a propriedade num sistema parecido ao máximo com o natural, com plantios consorciados”, explica o produtor.
Formado em biologia, Gabriel deu aula em escolas da Taquara, Rio Preto e Tabatinga — núcleos rurais na região administrativa de Planaltina. Sua propriedade recebe estudantes de ciências agrárias do Instituto Federal de Brasília (IFB) e da Upis – Faculdades Integradas. “No entanto, estamos sempre aprendendo, fazendo experiências novas e estudando bastante para encontrar novas fórmula sadias de produzir alimentos”, completa.
Por toda a lavoura, as folhas secas que caem das bananeiras e demais árvores da chácara permanecem no chão. “Dessa forma, elas nutrem o solo, conservando as características naturais. É preciso deixar o solo rico, já que as plantas retiram dele os principais nutrientes para sua sobrevivência”, detalha Gabriel, acrescentando que utiliza pouca irrigação. “Usando apenas a chuva, ainda assim conseguimos bons resultados. Existem vários estudos que provam a viabilidade do sistema agroflorestal”, informa.
Gabriel acredita no futuro da agricultura orgânica. “É um sistema que traz felicidade para todos: produtores, trabalhadores e consumidores. Consigo vender o que cultivo por bons preços e ofereço um alimento de qualidade”, arremata. O engenheiro-agrônomo Daniel Oliveira concorda. “De forma geral, a agricultura está indo para esse lado, do equilíbrio, da sustentabilidade, da melhoria da vida no planeta”, acredita.
Principais práticas agrícolas sustentáveis
– Práticas preservacionistas: atividades agrícolas que respeitam a natureza já existente, como nascentes e áreas de preservação permantente;
– Transição agroecológica: atividades de intervenção para que o ambiente seja preservado ou recuperado, como a utilização de barreiras naturais entre as lavouras
– Base agroecológica: utilização de produtos e práticas naturais para o cultivo, sem a adoção de ações degradantes
A Emater-DF atende a
– 2953 agricultores que adotam práticas preservacionistas
– 1020 em transição agroecológica
– 644 em transição agroecoloógica e práticas preservacionistas
– 420 de base agroecológica
Emater-DF
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