Documentos visam qualificar as informações prestadas pelos profissionais 

Para construir um programa próprio de controle de pragas, a Emater-DF reuniu engenheiros agrônomos e técnicos em agropecuária, que juntos vão formatar os primeiros documentos para uso nos atendimentos técnicos aos produtores rurais. Coordenada pelos extensionistas Antonio Dantas e Rodrigo Teixeira, a Oficina de Elaboração do Programa de Controle de Pragas da Emater-DF foi uma demanda da Gerência de Desenvolvimento Agropecuário para otimizar e qualificar o trabalho de campo referente ao tema.

Os programas de Controle de Pragas da Emater-DF devem conter todas as orientações técnicas para combate às pragas agrícolas, como a cultura, as pragas (fungos, insetos, bactérias, vírus, nematoides ou plantas daninhas) e os agrotóxicos ou defensivos necessários para o controle. Antonio Dantas observa que a diretriz da oficina é que os documentos da empresa sejam eficazes e isentos em relação às marcas comerciais.

“Um plano de controle de pragas é feito com o uso de agrotóxicos, mas também com muitas outras informações que podem reduzir a demanda por esses produtos. Esse é o nosso desafio: racionalizar o uso de agrotóxicos, reduzir sua demanda, mas sem colocar o investimento do agricultor em risco. Esse documento vai facilitar a ação de nosso técnico uma vez que a produção de um plano de controle de pragas eficiente demanda tempo e, com o plano já definido, os tratamentos poderão ser indicados no momento do atendimento”, afirmou Dantas.

Um programa de controle de pragas eficaz busca facilitar e qualificar as ações na defesa sanitária vegetal, disponibilizar ao agricultor recomendações isentas, oportunas e possíveis de execução, além de incrementar a racionalização no uso de agrotóxicos.

Na abertura da oficina, relizada na última sexta-feira (20), a diretora-executiva da Emater-DF, Loiselene Trindade, ressaltou que a questão do uso de agrotóxicos deve estar sempre na pauta de debate do engenheiro-agrônomo, uma vez que é uma realidade da produção agrícola atual. “O manejo de controle de pragas é bastante dinâmico, a assistência técnica dada numa lavoura há alguns anos não é a mesma de hoje. Há vários produtos químicos, biológicos e orgânicos e precisamos ter essa visão global para imprimir maior eficiência ao nosso trabalho”, pontuou.

“O manejo integrado de pragas nas lavouras de soja, milho, algodão e outras grandes culturas é uma ação praticada no mundo inteiro e precisamos ter conhecimento para debater com propriedade. O conhecimento vem por meio das capacitações e da qualificação para ser transmitido ao nosso produtor, que também precisa de qualificação”, finalizou Loiselene Trindade.

A coordenadora de Operações, Adriana Nascimento, observou que são poucos os agricultores que possuem domínio em relação à aplicação de agrotóxicos. “Essa é uma oportunidade de qualificação do corpo técnico aumentando, assim, a nossa responsabilidade no atendimento das demandas do produtor rural”, disse.

Fórum

No último dia 31 de agosto, a Emater-DF e o Ministério Público do Trabalho (MPT)  foram eleitos coordenadora-Geral e coordenador adjunto, respectivamente, do Fórum de Combate aos Impactos Ambientais dos Agrotóxicos e Transgênicos do Distrito Federal (Ciat). O Ciat é um fórum permanente de debates sobre as questões relacionadas aos impactos dos agrotóxicos na saúde do trabalhador, do consumidor e no ambiente, observados os princípios da legalidade, da agroecologia e da justiça social.

O objetivo geral do Fórum é proporcionar, no âmbito do Distrito Federal, o debate das questões relacionadas aos agrotóxicos e produtos afins, que resulte em ações concretas de tutela à saúde do trabalhador, do consumidor e do meio ambiente ante os males causados por tais produtos, numa perspectiva de desenvolvimento sustentável. O Fórum é composto por diversos órgãos, como Emater-DF, Seagri-DF, MPU, MPT, Defensoria Pública da União, Embrapa, ICMBio, Universidade de Brasília, MPTDFT e Associação dos Engenheiros Agrônomos do Distrito Federal (AEA-DF).

Emater-DF

Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.