No modelo apresentado, o gestor se coloca como líder que participa de todo o processo junto com os colaboradores

Com objetivo de apresentar um sistema de gestão de negócios simplificado e que valoriza o trabalhador, a Emater-DF organizou nessa quinta-feira (10) uma visita de técnicos e produtores rurais para ouvirem sobre gestão de negócios rurais na Fazenda Maluga, na área rural do Paranoá. Cerca de 30 participantes estiveram presentes e puderam conhecer o modelo Agro+ Lean aplicado há 6 anos na fazenda.

O sistema transforma o gestor em um líder que participa de todo o processo junto com os colaboradores e propõe organizar o trabalho, a rotina e os meios para se produzir de maneira mais rápida, mais fácil e mais barata, eliminando todo tipo de desperdício e criando uma cultura de melhoria contínua e de respeito às pessoas, solo, plantas, animais e meio ambiente.

A proposta da palestra surgiu a partir da demanda de alguns produtores por terem dificuldades em relação a gestão de negócios e, principalmente, com a oferta de mão-de-obra, uma questão que tem gerado gargalos não apenas na área rural. “É recorrente o problema com a questão de trabalhadores rurais que ficam desmotivados com o trabalho no campo, o que gera uma rotação muito grande, além de funcionários que não se empoderam do conhecimento e dos serviços da propriedade”, explica o gerente do escritório de orgânicos da Emater-DF, Daniel Oliveira.

Além da expertise na produção orgânica, a fazenda Malunga hoje é também referência em gestão de negócios devido à aplicação do modelo Agro+ Lean, apresentado ao grupo pelo agricultor orgânico e dono da propriedade, Joe Valle. Porém, o agricultor faz questão de destacar que o sistema de gestão se aplica a qualquer tipo de negócio, independente de ser orgânico ou convencional.

Fernanda Aragão, produtora em uma chácara na Ponte Alta do Gama, que tem como carro chefe a produção de plantas medicinais, estava em busca de um modelo de gestão para implantar em sua produção. “A parte de gerenciamento tem sido uma dificuldade nossa, entender melhor quais as ferramentas que estão disponíveis para nos possibilitar fazer bons negócios”, disse a participante. Atualmente a produção na chácara de Fernanda é agroecológica, com previsão de se tornar orgânica certificada.

“Está sendo uma oportunidade bem interessante por ser um modelo de gestão que gera mudança de cultura e de mentalidade e que investe em pessoas, por meio da educação e do ensino contínuo” disse Fernanda. “E isso possibilita a gente manter por mais tempo essas pessoas na propriedade, que é uma forma de diminuir o problema que não é só da agricultura, mas também de outros setores, que é a carência de mão-de-obra”, completou.