Uma experiência gastronômica diferente foi oferecida pela Emater-DF na última sexta-feira (23): degustação de pratos com baunilha do Cerrado. A atividade aconteceu na chácara da produtora Annajulia Heringer, no núcleo rural Tororó, e fez parte da 3ª Pegada Agroecológica promovida pelo escritório da empresa em São Sebastião.
O presidente da Emater-DF, Cleison Duval, disse que o trabalho da empresa envolve a “porteira pra dentro e a porteira pra fora”. “Precisamos dar condições para que o produtor aperfeiçoe a qualidade dos alimentos e que tenha condições de comercializar. O Estado deve fechar os ciclos de produção”, observou.
Cleison acrescentou que a baunilha tem um grande potencial em Brasília. “Não podemos perder essa oportunidade de capacitar nossos produtores e abrir portas importantes, que vão aquecer a economia local”, concluiu.
A gerente do escritório da Emater-DF em São Sebastião lembrou que a região é marcada pelo modelo agroecológico de produzir. “A Pegada é uma boa chance de integrarmos as famílias rurais e aproximar ainda mais os nossos técnicos das comunidades”, ressaltou. A produção de baunilha, da chácara onde ocorreu o evento, é livre de insumos químicos.
Segundo a produtora Annajulia Heringer, o cultivo de baunilhas do Cerrado começou em 2019. “Até então, a orquídea era quase desconhecida do público. Mas, com apoio da Emater-DF, descobrimos essa oportunidade e estamos construindo, junto com a empresa e outros agricultores, uma grande rede”, destacou ela. A produtora se juntou com alguns produtores e fundou a Associação dos Produtores de Baunilha do Cerrado, que atualmente conta com 57 integrantes — incluindo empreendedores de Mato Grosso e Minas Gerais.
Degustação
A experiência culinária reuniu produtores selecionados para preparar receitas com baunilha. Havia pães, chás, chocolates, queijo, iogurte e até um peixe, com molho à base das favas da orquídea. De acordo com a diretora-executiva da Emater-DF, Loiselene Trindade, o resultado foi “inesquecível”. “Pudemos ver o quanto o sabor da baunilha é diferente, mais apurado. É importante a participação dos produtores nesse tipo de evento, pois qualifica a baunilha como um produto genuíno do DF e do Cerrado”, afirmou.
A produtora Josefa Ataídes trabalha com plantas medicinais na área rural de São Sebastião. “Tenho experiência zero com baunilha, achei uma oportunidade muito interessante para testar novos sabores”, salientou. Ela preparou um chá com baunilha, gengibre e maçã.
Origem
Pertencente à família das orquídeas, a baunilha é originária do México. Seu uso foi disseminado pelo mundo e, dado o preparo trabalhoso e demorado, além do sabor e aroma inigualáveis, a especiaria se tornou uma das mais caras no mercado. No Brasil, há espécies nativas de baunilha no Cerrado, como a baiana e a pompona, dentre outras. Fabricantes desenvolveram uma receita artificial, cujo sabor é semelhante ao original, mas as favas naturais têm qualidade muito superior.
Pratos preparados
Terrine e kefir com baunilha – Annajulia Heringer (Núcleo Rural Tororó)
Chá com baunilha, gengibre e maçã – Josefa Ataídes (São Sebastião)
Cookies – Silvânia de Jesus (Assentamento 15 de Agosto)
Chocolate branco – Marlene Marques (Núcleo Rural Ponte Alta)
Pão de baunilha com chocolate – Alana Cutrim (Assentamento 1º de Julho)
Manjar celeste – Murillo e Weber (Núcleo Rural Cavas)
Queijo boursin – Gilda Cabral (Núcleo Rural Cavas)
Bolo de baunilha com chocolate branco – Maria Aparecida da Silva (Assentamento 1º de Julho)
Iogurte natural – Armina Félix (Assentamento 15 de Agosto)
Peixe ao molho branco com baunilha – Birgit Shirley Marikka Fenzl (Comunidade DF-140)
Emater-DF
Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.
Emater-DF
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