Governo do Distrito Federal
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7/10/22 às 10h37 - Atualizado em 7/10/22 às 10h37

Emater apresenta oportunidades e desafios do cultivo de uva no DF

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Nos últimos quatro anos, número de produtores mais que dobrou, e a área plantada aumentou 62%

 

 

O Distrito Federal tem grande potencial para produção de uva. É um dos maiores consumidores per capita de frutas e tem condições climáticas favoráveis para o cultivo. Entre 2018 e 2021, o número de produtores aumentou 122% (passou de 18 para 40), e a área plantada teve uma expansão de 62% (de 45,77 hectares para 74,56 hectares), com produção em regiões diversas, como Lago Oeste, Sobradinho, Planaltina, PAD-DF e Riacho Fundo.

 

Nesta quarta-feira (3), na Feira Nacional da Uva e do Vinho, realizada em Planaltina-DF, a Emater-DF apresentou os desafios e oportunidades do cultivo da fruta no Distrito Federal para cerca de 50 inscritos. Segundo o coordenador do programa de fruticultura da Emater-DF, Felipe Camargo, apesar de não conseguir competir em área em relação a outros estados, há a oportunidade de produzir uvas de ótima qualidade. “Temos duas estações bem definidas, a chuvosa e a seca, o que permite uma dupla poda, com aumento da produção no período seco e uvas mais doces. No período seco, as frutas absorvem menos água e ficam com maior teor de açúcar, o que é bom tanto para o paladar quanto para a produção de vinho.”

 

Em relação ao solo, Felipe explica que é fisicamente bom de ser trabalhado, por ser plano e profundo. Entretanto, é quimicamente pobre, necessitando de correção para o cultivo de uva. “Feito isso, o solo da região tem todas as condições para uma excelente produção de uva”, disse.

 

De acordo com o IBGE (2020), a produtividade média de uva no DF é de 22 toneladas por hectare, enquanto a média nacional é de 19 toneladas por hectare. Mas, segundo Felipe, em relação à uva para vinhos, não importa a quantidade, e sim a qualidade. “Para vinho, 6 a 8 toneladas por hectare é excelente. No DF, as uvas têm entre 20 e 23 graus Brix (escala usada por enólogos para medir a proporção de açúcar na uva antes e durante a colheita). Para a produção de vinho de qualidade, é preciso que as uvas tenham de 18 a 25 graus Brix”, explica.

 

Oportunidades

Apesar de a produção de uva no DF estar crescendo, ainda há muito espaço para novos produtores, já que a produção local atende cerca de 10% da demanda do DF. Segundo o último levantamento feito junto à Ceasa, em 2019, das 400 toneladas das duas principais variedades de uva comercializadas na Ceasa, somente 43 toneladas foram produzidas no DF – 10,7% do total.

 

A variedade Niagara Rosada foi a de maior saída em 2019, com 270 mil quilos comercializados, dos quais 232 mil quilos foram “importados” de outros estados, contra 38 mil quilos produzidos localmente. Já a uva BRS Vitória teve 125 mil quilos vindos de outros estados e 5 mil produzidos no DF. A maior parte da produção local é destinada a uvas de mesa.

Para Felipe, a curta distância entre as propriedades rurais e o centro da Capital também é uma vantagem aos produtores, que podem oferecer frutas frescas aos mercados e consumidores, com um tempo de prateleira maior.

 

Além disso, aos que pretendem cultivar uvas finas para vinhos, é possível investir no enoturismo, como atividade de turismo rural para aumentar a renda da propriedade. E está próxima de ser inaugurada a Vinícola Brasília, construída por um grupo de produtores de uva do PAD-DF.

 

Desafios

A compra de mudas deve ser feita em viveiros certificados. Alguns contam com alta demanda e fila de espera de dois anos para fornecimento.

 

A outorga de água junto à Adasa também deve ser solicitada para o plantio. É preciso avaliar a disponibilidade hídrica da propriedade, já que um vinhedo com 2 mil mudas pode consumir 22,5 litros de água por dia, por planta.

Outro ponto importante são os custos de produção. Para o cultivo de uva para vinho, em espaldeira, o custo de implantação por hectare passa de R$ 125 mil, e a manutenção anual, de R$ 40 mil. Já para uva de mesa, em latada (tipo de estrutura para condução do parreiral), os custos por hectare podem passar de R$ 185 mil para implantação e R$ 75 mil para manutenção.

 

O extensionista Sérgio Rufino destacou, na palestra realizada nesta quarta-feira, a importância de se investir em materiais de boa qualidade. “O parreiral tem uma vida útil de aproximadamente 30 anos. Utilizar materiais ruins, que durarão menos que isso, trará prejuízos.”

 

Outro ponto importante na produção são as podas, que exigem mão de obra especializada, necessitando de 4 a 5 pessoas trabalhando em cada hectare e fazendo o manejo de pragas e doenças.

Produtores do Distrito Federal interessados no cultivo de uva devem procurar o escritório da Emater-DF mais próximo da sua propriedade para orientações (confira os locais e contatos das unidades da Emater-DF).

 

Capacitação

Além da palestra realizada na Feira da Uva, os inscritos participarão de uma oficina prática de podas no dia 31 de agosto (quarta-feira), das 8h30 às 12h, no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci (Feira AgroBrasília – PAD-DF). No dia 14 de setembro haverá uma excursão técnica à propriedade Monte Branco, em Padre Bernardo-GO, que cultiva 10 hectares de uva de mesa. A Emater disponibilizará transporte aos participantes, saindo do edifício sede da empresa, na Asa Norte.

O curso é voltado para produtores rurais do DF, que já plantam ou têm a intenção de plantar uvas. Interessados em participar da segunda e terceira etapas do curso devem contatar a unidade local da Emater-DF mais próxima de sua propriedade.

Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal - Governo do Distrito Federal

Emater-DF

Parque Estação Biológica, Ed. Sede Emater-DF
CEP: 70.770.915 Brasília - DF Telefone: (61) 3311-9330 e (61) 3311-9456 (Whatsapp)
E-mail: emater@emater.df.gov.br