Crédito rural precisa ser aprimorado, diz ex-ministro da agricultura Alysson Paolinelli
O debate “A Força do Agronegócio e o DF”, promovido pelo jornal Correio Braziliense, na tarde desta terça-feira, 9, reuniu várias autoridades e especialistas do setor agropecuário (público e privado). Foram apresentados três painéis: O poder do campo: panorama do setor, Sucessão familiar e a revolução tecnológica e Crédito e sustentabilidade. Todo o conteúdo do debate será publicado pelo jornal, em caderno especial sobre agronegócio – o cenário agrícola no DF -, no dia 16 de maio, próximo.
Participaram como palestrantes o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que fez a abertura do evento; o ex-ministro Allyson Paolinelli; o presidente da Emater-DF, Argileu Martins, o secretário da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, José Guilherme Leal; o diretor da COOPA-DF, Cláudio Malinski; o chefe do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Celso Moretti; o diretor executivo da ABAG, Luiz Cornacchioni, o consultor internacional e representante da Sociedade Rural Brasileira, Francisco Vila; o professor da FGV, Fábio Mizumoto e o especialista em crédito do BRB, Osvaldo Júnior.
Para o ex-ministro da agricultura, Alysson Paolinelli o atual sistema de crédito carece de aprimoramento. “O agronegócio passa por um momento que precisa reduzir os riscos no campo com um seguro rural adequado e linhas de crédito específicas. O produtor vive aos trancos e barrancos com medo das mudanças climáticas. O crédito rural é um instrumento de alavanca”, analisa o ex-ministro ao fim do Correio Debate que tratou sobre força do Agronegócio no DF. O seminário reuniu especialistas nesta terça-feira para discutir o cenário agrícola na capital federal.
O Brasil evoluiu muito em políticas públicas econômicas e para Paolinelli é a agricultura tropical que dá exemplos em produtividades. “Em 1948, Nelson Rockefeller entendia que o Brasil precisava desenvolver alimentos. Por isso o empresário ajudou o país a criar os centros de assistência técnica e extensão rural que foram uma revolução no campo. Porém o investimento ocorreu com uma grande objetividade entre o pouco recurso e o que queríamos”, relembra ao verificar que falta um alinhamento entre as políticas de crédito e a diversidade de produção no campo.
Afirmando que “É preciso financiar a atividade de forma abrangente, da produção ao armazenamento”, Argileu Martins, presidente da Emater-DF observou que o crédito precisa contemplar todo o processo produtivo. “O crédito não pode focar somente em culturas separadas”, destacou, sendo acompanhado por Paolinelli, que reforçou seu pensamento: “Assino embaixo de tudo o que o Argileu acabou de falar, em sua palestra. Fico feliz em participar de um debate, no qual alguém toca num dos pontos que precisamos mudar, em se tratando de crédito rural”, assinalou.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país tem mais de cinco milhões de estabelecimentos agrícolas e 16 milhões de pessoas empregadas no setor, “O agricultor precisa ter acesso a novas tecnologias e principalmente o seguro rural. Além de ter um sistema de crédito voltado para o bioma da sua região, pois tem características muito específicas”, conta o presidente da Emater-DF. Ele ainda acrescentou, “o Brasil tem mais de um milhão e meio de propriedades sem título”, ao lembrar da necessidade de uma regularização fundiária urgente.
Osvaldo Racanicci Júnior, especialista de crédito rural do BRB, argumentou que as políticas públicas também impõem barreiras para o agricultor que sempre encontra dificuldades em cumprir as diversas normas e certificações ambientais. “Para tirar o crédito rural, o agricultor precisa estar com todas as autorizações ambientais em dia. Eles encontram muita dificuldade em renovar e tirar todos os documentos”, afirma.
“O custeio agrícola é a concessão de crédito para financiar as despesas normais dos ciclos produtivos de lavouras periódicas e manutenção é uma das nossas operações de crédito mais importantes”, revela e ressalta um problema do homem no campo e a falta de gestão financeira, por isso a inadimplência ainda é alta no setor.
Christina Abelha
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