Em agosto deste ano, um incêndio atingiu parte da Área de Proteção Permanente (APP) do pré-assentamento Chapadinha, no núcleo rural Lago Oeste. Mais de 10 mil hectares foram queimados, o que prejudicou a vegetação do local e parte da lavoura de alguns agricultores. Na manhã desta quinta-feira (4), voluntários da organização não-governamental Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), da Universidade de Brasília (UnB), da Emater-DF, além dos assentados, plantaram sementes e mudas de plantas na área para preservar as nascentes. Mais de 40 pessoas participaram da ação.
Ingá, pitanga, jatobá, jenipapo, copaíba, cagaita, pitomba, imburana, sucupira e xixá são algumas das espécies — todas nativas do cerrado — que foram plantadas. O presidente da Associação dos Trabalhadores Rurais da Agricultura Familiar do Chapadinha (Astraf), Anaildo Porfírio, explica que as nascentes abastecem o ribeirão da Palma, afluente do rio Maranhão. “Entendemos a importância de preservar esse bem fundamental que é a água”, acrescenta, lembrando que esta é a segunda vez que os assentados promovem um mutirão de plantio de mudas na APP; a primeira foi em 2010.
A gerente do escritório da Emater-DF em Brasília, Roseli Oliveira, observa que a empresa presta assistência técnica ao assentamento há mais de quatro anos. “O trabalho da Emater, além de capacitar os agricultores, tem dado visibilidade a este pré-assentamento. A ong ISPN conheceu a comunidade e decidiu apoiá-los nessa tarefa”, afirma. Em março de 2013, o grupo Raízes da Terra, composto por 23 mulheres do Chapadinha, foi um dos dez vencedores do prêmio Mulheres Rurais que Produzem o Brasil Sustentável. Com a assistência prestada pela Emater-DF, as agricultoras implantaram modelos agroecológicos de cultivo de hortaliças. Elas ganharam R$ 20 mil, que foram usados para a compra de pequenos tratores.
Representantes das secretarias de Agricultura (Seagri) e Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest) também participaram do mutirão de plantio. A ação foi programada para esta quinta numa alusão ao Dia Internacional do Voluntariado, comemorado nesta sexta-feira (5).
Produção orgânica — O pré-assentamento Chapadinha possui 44 famílias, cuja maioria vive do cultivo de hortaliças. Dessas, 22 possuem o certificado de produção orgânica. Abóbora, banana, cenoura, beterraba e batata-doce são alguns dos alimentos cultivados sem agrotóxicos na comunidade e comercializados nas feiras de Sobradinho e Candangolândia, além da Ceasa. Os assentados vendem também para o governo, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa de Aquisição da Produção da Agricultura (Papa-DF).
As famílias estão no local há 9 anos. O pré-assentamento já possui o Relatório de Viabilidade Ambiental (RVA), concedido pelo Ibram, e outorgas provisórias de utilização da água, expedidas pela Adasa. Em breve, o assentamento será oficialmente implantado, dando mais segurança e estabilidade para as famílias que vivem no local.
Rinaldo Costa
Assessoria de Comunicação da Emater-DF
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