A secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal realizou seminário hoje (4), no auditório da Emater-DF, para debater formas de combater a mosca branca, que tem causado sérios prejuízos às lavouras de feijão, milho, soja, algodão e tomate, entre outras, nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste. Para debater o assunto estavam presentes os secretários de Agricultura do Distrito Federal, Lúcio Valadão; de Goiás, Antônio Lima; o chefe do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Celso Moretti; o diretor geral do Instituto Mineiro de Agropecuária de Minas Gerais, Altino Neto, que representou o secretário de Agricultura, Elmiro Nascimento; o representante da Federação de Agricultura e Pecuária do Distrito Federal, Roberto Melo; o representante do Ministério da Agricultura, Welisson Amaral, entre outras autoridades, pesquisadores e produtores.
Durante o debate foram discutidas as consequências socioeconômicas que as doenças transmitidas pela mosca branca causam para grandes, médios e pequenos agricultores. A facilidade de reprodução e a capacidade de se alojar em várias espécies vegetais para se reproduzir, além da resistência aos defensivos agrícolas, têm sido um desafio para o enfrentamento da praga nas lavouras do Brasil. Foram bordadas as possibilidade de se adotar práticas de combate específicas para cada cultivo – como o vazio sanitário para o feijão – que consiste em deixar o solo sem plantas vivas da cultura hospedeira em determinado período do ano. A abertura de negociações para conseguir dos órgãos reguladores permissão, mesmo que temporária, para produzir mistura de defensivos e potencializar a efetividade da eliminação da praga e a produção de variedades de plantas, por meio de pesquisa, resistentes à mosca branca e às doenças transmitidas por ela.
Mobilização
A articulação promovida pela Seagri-DF juntamente com os produtores do DF e Entorno foi crucial para iniciar uma ampla mobilização, que envolve o governo federal, as autoridades de Minas Gerai e Goiás, além dos produtores das três unidades da federação. “Há uma ação articulada de governo, entre as unidades da federação, o governo federal e o setor produtivo”, ressaltou o secretário Lúcio Valadão. O envolvimento dos agricultores durante os processos de discussão, elaboração e aprovação de propostas, além da definição das ações, será fundamental para que as medidas de combate à mosca branca sejam amplamente praticadas.
A rápida ação, promovida pelo estreito diálogo entre o poder público e os produtores evitará mais perdas nas lavouras, que, em alguns casos são superiores a 50%. “Quero agradecer o rápido atendimento que recebemos da Secretaria de Agricultura do DF e dos demais estados, além da Embrapa, que realiza muitos esforços para nos ajudar”, disse Hélio Dalbelo, produtor de feijão que registrou sensíveis perdas devido à mosca branca. “A quebra de safra, apresar de aumentar o preço dos produtos, traz prejuízos para todo mundo, inclusive o produtor. Com o preço maior, o consumidor compra menos e vai perdendo o hábito de comer o feijão, por exemplo, além de fazer com que entrem muitos aventureiros no setor, o que também é ruim. Temos que ter mais oferta e tecnificação da produção”, avaliou Hélio.
Doenças
A principal doença transmitida pela mosca branca é o mosaico. Causado por um vírus, a doença reduz gravemente a produtividade e o desenvolvimento das plantas, causando grandes prejuízos nas lavouras. As hortaliças, produzidas principalmente por agricultores familiares, também são afetadas pela praga, que, ao se alimentar, expele toxinas nocivas às plantas, que também comprometem o desenvolvimento da produção. Além disso, as substâncias tornam o aspecto dos alimentos menos atraente, pois eles ficam escurecidos, o que causa rejeição do consumidor e a diminuição das vendas.
Mosca branca
A mosca branca ocorre em todo o mundo e é caracterizada por se adaptar facilmente a vários climas. Para se reproduzir, o inseto utiliza-se de mais de 600 tipos de plantas hospedeiras. A mosca branca deposita ovos no hospedeiro e se alimenta dele, adaptando a própria morfologia às características da planta atacada. O inseto se espalhou pelo mundo por meio da comercialização e do transporte de plantas ornamentais realizada entre os países da Europa, Ásia e Américas.
Devido à facilidade de adequação a regiões de clima tropical, subtropical e temperado, se transformou também no principal transmissor de mais de uma centena de viroses, além do mosaico, descritas em diferentes partes do planeta. “Estamos bastante preocupados com essa praga. Ela tem causado muitos danos. Acredito que esse problema ocorre devido a um desiquilíbrio existente no campo. Temos que implementar o manejo integrado de pragas nas culturas que compõem o ambiente e utilizar menos produtos químicos, pois eles não estão controlando a mosca branca. Temos que construir alternativas de manejar o ambiente”, alertou a pesquisadora da Embrapa, Eliane Quintela. “Temos que fazer uma reflexão sobre a nossa matriz produtiva, pra que produtores, juntamente com pesquisadores e extensionistas, possam construir uma saída para esse cenário”, disse Marcelo Piccin, presidente da Emater-DF.
Encaminhamentos
Para definir estratégias, será marcado novo encontro, onde serão traçadas as linhas de ações para o combate à mosca branca. Foram propostos, ainda, a criação de grupo de trabalho para tratar a questão, a elaboração de documento para ser encaminhado ao Ministério da Agricultura e a criação de normas específicas para o manejo da praga. Também será realizado fórum, em 15 de maio, durante a feira agropecuária Agrobrasília sobre o assunto. “É preciso buscar coesão nas propostas para que todos os seguimentos envolvidos sejam favoráveis”, afirmou Antônio Lima.
Fonte: Assessoria de Imprensa — Seagri/DF
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