Encontro buscou alinhar processos para agilizar a concessão de crédito rural aos produtores rurais do DF

Extensionistas rurais daEmaer-DF e gerentes especialistas em agronegócio da Caixa se reuniram na manhã desta quinta-feira. Foto: Ana Nascimento/Emater-DF

O Plano Safra 2022/23 será lançado em julho deste ano e promete aquecer o agronegócio com recursos que podem chegar a R$ 330 bilhões em crédito e R$ 22 bilhões a R$ 23 bilhões de recursos do Tesouro Nacional para equalização de juros em 2022/2023, segundo informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Para facilitar e agilizar o acesso dos produtores rurais atendidos pela Emater-DF ao crédito rural, extensionistas rurais da empresa e gerentes especialistas em agronegócio da Caixa se reuniram na manhã desta quinta-feira (2).

O gerente de Desenvolvimento Econômico Rural da Emater-DF, Frederico Neves, destacou a necessidade de fazer uma prévia e buscar direcionamentos para essa virada para o novo Plano Safra 2022/23. “A partir do dia 1º de julho, novas linhas de crédito que estão esgotadas serão retomadas. Assim, fazer uma preparação para esse momento que está chegando é importante para fomentar o desenvolvimento rural sustentável”, falou.

Para o gerente-geral de Rede PA Agro Brasília da Caixa, Glauber Dalla Porta, seguindo o convênio assinado, é necessário fazer um nivelamento das práticas do processo de concessão de crédito rural da Caixa e os profissionais que estão na ponta atendendo o produtor rural.  “A expectativa é que a gente consiga melhorar a agilidade e a fluidez do processo, e fazer com que a jornada de concessão de crédito dentro desse convênio seja mais eficiente”, avaliou.

Extensionistas rurais daEmaer-DF e gerentes especialistas em agronegócio da Caixa se reuniram na manhã desta quinta-feira. Foto: Ana Nascimento/Emater-DF

Durante o encontro, que surgiu de uma demanda conjunta desses atores, os gerentes e extensionistas dos escritórios locais da Emater-DF receberam explicações sobre a melhor forma de envio dos projetos de crédito rural, as documentações necessárias para compor o projeto, qual o fluxo operacional, quem são as pessoas da Caixa envolvidas nesse processo e apresentar a agência PA Agro Brasília, onde aconteceu a reunião, que tem uma expertise e conhecimento em projetos rurais.

Dessa forma, Emater-DF e Caixa tiveram a oportunidade de definir as situações que podem impedir a concessão do crédito rural aos produtores atendidos pela empresa e alinhar regras que facilitem e agilizem todo o processo, fazendo com que os produtores recebam mais facilmente e mais rapidamente esse crédito. Para o engenheiro-agrônomo da Emater-DF em Rio Preto Rodrigo Marques, “por meio desse convênio com a Caixa, a gente tem condição de fazer custeio e investimento para os nossos produtores rurais com muito mais facilidade e dando condições deles terem acesso a essas linhas de crédito, pois estavam com dificuldade de acesso à linha de investimento por causa do cenário nacional”.

Parceria

Em março deste ano, a Emater-DF e a Caixa assinaram um Termo de Convênio (TC) com o objetivo de utilizar a capilaridade e o conhecimento técnico que os extensionistas da empresa já possuem na elaboração de projetos de crédito rural e conferir facilidades e celeridade na obtenção desses empréstimos.

Após a assinatura do TC, uma agricultora familiar do Núcleo Rural de Tabatinga, por meio do escritório da Emater, teve o primeiro projeto de crédito rural no valor de R$36 mil para custear oito hectares de soja. “A Caixa é um banco público com um viés social muito forte e arraigado e para nós isso é muito importante, porque o trabalho de assistência técnica e extensão rural é promotor do desenvolvimento rural sustentável, onde alinhamos o desenvolvimento ambiental, social e econômico. Na parte econômica, o crédito rural é a principal ferramenta de fomento do desenvolvimento. A parceria entre Caixa e Emater é embrionária, mas é essencial para esse desenvolvimento”, argumentou o extensionista da Emater-DF em Tabatinga, Lucas Pacheco.

Extensionistas rurais daEmaer-DF e gerentes especialistas em agronegócio da Caixa se reuniram na manhã desta quinta-feira. Foto: Ana Nascimento/Emater-DF

Os acontecimentos recentes no cenário global, como a pandemia e a guerra na Ucrânia, culminaram num salto significativo do custo de produção para o produtor em função do aumento do preço dos fertilizantes e de outros insumos químicos. Tudo isso fez com que os agricultores buscassem o auxílio do crédito rural para manterem o mesmo nível de produção agrícola, aumentando consideravelmente a busca por esses empréstimos.

Plano Safra 2022/23

O Plano Safra é um programa do Governo Federal (GF) criado em 2003 para conceder crédito a pequenos e médios produtores. O incentivo permite custear insumos, adquirir equipamentos e realizar uma série de melhorias na propriedade. Todos os anos, o GF destina verbas ao mercado financeiro para investimento ou para custeio, industrialização e comercialização dos produtos agrícolas.

O projeto engloba ainda diversas políticas públicas, com atenção especial à agricultura familiar e às cooperativas. A ideia é destinar recursos para que pequenos e médios produtores se profissionalizem, sempre seguindo bases sustentáveis. As linhas de crédito do Plano Safra se dividem em outros programas, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). Cada um deles têm subdivisões específicas, além de taxas de juros que variam de acordo com a situação.