Governo do Distrito Federal
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21/05/21 às 13h54 - Atualizado em 22/05/21 às 10h05

Plantio ganha espaço e faz da Vargem Bonita maior produtora de gengibre do DF

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Gengibre colhido em propriedade da Vargem Bonita – Foto: Raquel Ivanicska/Emater-DF

 

 

 

 

Tradicional no plantio de folhosas, o Núcleo Hortícola Vargem Bonita tem assistido ao aumento gradativo do plantio de outros tipos de culturas, despontando atualmente como o maior produtor de gengibre do Distrito Federal (DF).

 

A família do produtor rural Márcio Ito é um exemplo. Atualmente maior produtor de gengibre do DF, Ito diz que reduziu o plantio de outras culturas. “Hoje planto só alface americana e por encomenda”, conta. Segundo ele, o plantio de gengibre é menos trabalhoso.

 

“É um plantio de manejo mais fácil que as folhosas; parece a mandioca, depois que planta, não tem muito manejo”, compara o produtor. Segundo ele, além da boa adubação, o importante é observar a época de plantio, que acontece entre o final de agosto até final de outubro. “Mesmo com a irrigação, o gengibre gosta das primeiras chuvas”, explica Ito.

 

Marcio Ito tem 2,7 hectares de gengibre plantados. A boa produção já rendeu a ele clientes cativos na Ceasa.  “Aqui em Brasília eu vendo mais o gengibre novo, ainda branco, usado para fazer conserva”, explica o produtor. A mesma conserva que sua esposa também faz em casa para a família.

 

Conserva caseira de gengibre branco – Foto: Márcio Ito/Divulgação

 

Rico em vitaminas C e B6, além de ser fonte de potássio, cobre e magnésio, o gengibre é muito procurado por sua ação medicinal contra gripes e inflamações. Além disso, também é usado na culinária japonesa. “O principal prato do gengibre para nós é o ‘gari’: conserva de gengibre que acompanha o sushi”, conta Ito. “Mas tem outros pratos que utilizam o gengibre para tempero, como o gyoza e o tufu, que pode levar gengibre ralado em cima”, explica.

 

A Vargem Bonita conta com 18 produtores rurais que plantam gengibre. “Em outras regiões a quantidade é tão pequena, que não chega a ser significativa”, afirma a engenheira-agrônoma Adriana Nascimento, gerente de Agropecuária da Emater-DF. Sobre o plantio de gengibre, a agrônoma aponta dois aspectos que considera importantes.

 

“Primeiro a irrigação, onde as plantas necessitam de água em um volume suficiente para manter o solo úmido, mas evitando o encharcamento, o que causa o apodrecimento dos rizomas”, explica. “Recomendamos, assim, o sistema de irrigação localizada, tipo gotejamento.”

 

“O segundo ponto é o trato cultural chamado de amontoa. A amontoa consiste em colocar terra junto aos pés das plantas, para recobrir os rizomas que começam a aparecer na superfície”, afirma Adriana. “Recomenda-se iniciar as amontoas quando as plantas de gengibre estiverem com cerca de 30 cm de altura”, explica.

 

Gengibre colhido ainda novo, que fica com coloração branca – Foto Márcio Ito/Divulgação

 

Outra característica do plantio de gengibre é se propagar por meio de gomos do próprio rizoma. Somado a uma adubação adequada e à rotação de culturas faz com que o gengibre não tenha um custo alto para implantação. Isso pode ser uma vantagem para o agricultor.

 

Tradição nipônica

 A Vargem Bonita é uma das regiões rurais do DF com forte concentração de imigrantes e descendentes de japoneses. Atrás apenas da região de Brazlândia no tamanho da comunidade nipônica, a Vargem Bonita tem 60% das propriedades rurais ocupadas por famílias japonesas. Assim como em Brazlândia, a maioria dessas famílias veio para o local antes da inauguração de Brasília – por volta de 1957 – com a missão de produzir alimentos para a capital federal, e mantém a tradição agrícola até hoje.

 

Responsáveis por uma contribuição histórica na produção de alimentos do DF, os japoneses predominam nessa área rural, conservando não só a cultura nipônica, como também a vocação rural da região.

 

Para a gerente do escritório da Emater-DF na Vargem Bonita, Cláudia Coelho, a tradição agrícola dessa comunidade tem ajudado a conter a forte pressão imobiliária da região. “Temos outras questões que contribuem para permanecer rural, como a questão ambiental, mas realmente a pressão imobiliária é grande”, afirma a gerente.

 

 

A Emater-DF
Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF e Entorno. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.

Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal - Governo do Distrito Federal

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