Governo do Distrito Federal
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23/11/23 às 19h39 - Atualizado em 23/11/23 às 19h41

17ª Encontro de Piscicultores orienta produtores sobre produção e comercialização

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Produtores discutiram, nesta quinta-feira (23), desafios da aquicultura na região; consumo de pescado no DF chega a 60 mil toneladas por ano

 

 

*Com informações da Agência Brasília

 

Cerca de 100 pessoas, entre produtores, extensionistas e empresários do setor, participaram do 17º Encontro de Piscicultores do Distrito Federal e Entorno, realizado nesta quinta-feira (23), na Casa do Cerrado, e promovido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF).

 

Na primeira parte do evento, os participantes debateram o cenário da piscicultura no DF e Entorno, apresentado pelo vice-presidente da Câmara Setorial da Aquicultura do DF e Entorno, Eber Maia. Em seguida, o diretor da Cooperativa dos Aquicultores do Amazonas (Coopaquam), Hélio Silva Pontes, falou sobre o caso de sucesso do cooperativismo na aquicultura, a partir da experiência daquela cooperativa.

 

No período da tarde, o encontro tratou dos principais desafios da atividade elencados pelos produtores na ficha de inscrição e debatidas possíveis soluções.
Entre os temas tratados estavam os desafios em relação aos insumos, processamento e agregação de valor, sistemas de produção e comercialização.

 

O evento terminou com visita à Unidade de Experimentação de Produção Intensiva de Peixes da Emater-DF, onde os produtores puderam conferir cinco unidades demonstrativas: energia solar e o uso de backup com baterias de lítio; um sistema de criação de peixes com recirculação de água; um de criação de peixes integrada com plantio de vegetais, com o aproveitamento dos efluentes da piscicultura, ricos em nutrientes que alimenta as hortaliças; um sistema de bioflocos, com tanques de ferrocimento; e o uso de sensores inteligentes no controle da produção, monitorando a temperatura da água, alimentação dos peixes e outros detalhes que auxiliam o empreendedor a reduzir os custos.

 

“A piscicultura é uma cadeia muito importante no Distrito Federal. Nós temos uma grande motivação para levar isso a nossos produtores rurais. A Emater tem feito um trabalho muito grande nesse sentido, junto à Seagri, para que de fato a gente possa ajudar os produtores a aumentar a produção com qualidade e ajudar na comercialização, que é o grande gargalo”, destacou o presidente da Emater-DF, Cleison Duval, presente no evento.

 

De acordo com a Emater-DF, o consumo de pescado no Distrito Federal chega a 60 mil toneladas por ano, enquanto a piscicultura local produz uma média de duas mil toneladas por ano. O valor cresce a cada ano, junto ao Produto Interno Bruto (PIB) e ao Valor Bruto da Produção (VBP). Atualmente, o valor bruto da produção total da agropecuária do Distrito Federal está na faixa dos R$ 6 bilhões.

 

Duval descreveu o encontro desta quinta (23) como um alinhamento entre os produtores e técnicos para traçar caminhos a serem seguidos, propostas de trabalho e ações a serem desenvolvidas nos próximos anos. “Esse conjunto de informações entre os pequenos, médios e grandes produtores, junto aos técnicos, promove esse crescimento da cadeia.”

 

Integração

A abertura do 17° Encontro de Piscicultores do DF e Entorno contou com a presença do superintendente Federal da Pesca no DF e Entorno, Vitor Andrade; do secretário-executivo da Seagri, Rafael Bueno; do presidente do Ibram, Roney Nemer; da diretora-executiva da Asbraer, Mariana Matias; do representante de Crédito do BRB, Haroldo Azambuja, e do vice-presidente da Câmara Setorial da Aquicultura do DF e Entorno, Eber Maia.

 

O secretário-executivo da Seagri-DF, Rafael Bueno, falou da importância da união entre os produtores e entre os entes da cadeia produtiva. “A gente precisa nadar em cardume para ter volume, para ter constância, para alcançar o mercado”, disse ele.

 

Bueno também falou sobre os projetos de governo para a aquicultura do DF. “Nós vamos criar um selo de identidade regional dos produtos do Distrito Federal e nós vamos começar uma campanha, governo e iniciativa privada, para que a população valorize os produtos locais, não apenas de frutas e verduras, mas também de pescado”, afirmou e colocou o Sistema Agricultura à disposição de todos.

 

Vitor José de Andrade, da Superintendência Federal de Aquicultura do DF trouxe uma visão geral das ações da superintendência em conjunto com os órgãos locais de apoio aos aquicultores.

 

“Tenho andado muito na Ride e o que as pessoas mais relatam é que a comercialização é um grande gargalo, então eu tenho gastado tempo para criar um sistema efetivo de escoamento da produção”, disse o superintendente, apontando que nosso consumo interno é alto, cerca de 60 mil toneladas por ano, e a produção local é de 2 mil toneladas, podendo ser escoada no mercado interno.

 

Assistência do menor ao maior

Um dos piscicultores referência no DF, Guilherme Gonçalves Pereira, chega a produzir em torno de 200 toneladas por ano, variando a produção de acordo com os meses – com aumento, por exemplo, durante a época da Semana Santa. Trabalhando na área há quase dez anos, ele possui um sistema de viveiros escavados.

 

Guilherme atende peixarias, pesque e pague e outros lugares que trabalham com o peixe vivo, entregando em todo o DF e Entorno. Sua rentabilidade chega a R$ 100 mil por ano. O piscicultor falou sobre o apoio da Emater e importância de compartilhar conhecimentos, chance proporcionada pelo evento. “Sempre teve muito apoio técnico da Emater, usando a tecnologia certa, indo atrás das certificações e autorizações necessárias”, destacou.

 

O empresário José Romildo da Silva cria peixes como uma atividade paralela. Ele possui dez tanques de peixes em sua propriedade, localizada em Sobradinho dos Melos, na margem do Rio São Bartolomeu, perto do Paranoá. Romildo trabalha com cinco funcionários e tem equipamentos para tirar a pele do peixe. Lá, ele produz cinco toneladas por mês, o que chega a render R$ 60 mil após serem transformados em filé e fornecidos aos restaurantes locais.

 

Mesmo tendo uma produção menor, Romildo reforça a importância do apoio da Emater em todo processo, desde a formulação do abatedouro dentro das normas até a comercialização do produto. “Eles sempre estão nos ajudando a solucionar problemas na criação. Vão lá todo mês e ajudam a fazer a biometria dos peixes, verificam a sanidade dos animais, nos ajudam no quesito total em relação à criação, compra de insumos e qualidade de água. E minha renda melhorou muito”, declara.

 

Crescimento da atividade

Entre 2019 e 2022, houve um aumento de 25,32% no número de criadores de peixes na região. De acordo com dados disponibilizados no site da Emater-DF, 2022 foi o ano com maior número de criadores da história, com 782 piscicultores. Em 2019, eram 624.

 

As toneladas de peixes produzidas também aumentaram. Enquanto em 2019 foram 1.600 toneladas, em 2023 foram 2.100 toneladas pescadas. Outro número importante é o valor bruto que o produtor recebe por hectare de piscicultura, que saiu de R$ 160 mil em 2019 para R$ 300 mil em 2022. Atualmente, o valor bruto da produção que vem da piscicultura gira em torno de R$ 22 milhões por ano.

“Isso mostra que a atividade vem demonstrando interesse, porque ela tem um atrativo no retorno financeiro”, afirma o coordenador de Aquicultura da Emater-DF, Adalmyr Borges. De acordo com ele, Brasília é o terceiro maior mercado consumidor de pescado no Brasil, sendo uma grande possibilidade para os produtores da região gerarem renda, emprego e abastecerem a população local.

 

Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal - Governo do Distrito Federal

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