A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) reafirmou seu compromisso com o Produtor de Água no Pipiripau e assinou o novo Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) e mais 12 instituições governamentais.
Implementado em julho de 2012, o projeto orienta, incentiva e apoia os produtores rurais na promoção da sustentabilidade hídrica da bacia, por meio de práticas que favoreçam a penetração da água no solo, aumentando a recarga do fluxo de base e a disponibilidade de água na época de seca.
Logo após a assinatura do novo acordo que dá continuidade ao programa, o presidente da Emater-DF, Cleison Duval, explicou o papel desempenhado junto aos produtores, compreendendo seus desafios em termos de produção, questões sociais e ambientais.
“Trabalhamos em três dimensões essenciais: economica, social e ambiental, considerando também as dificuldades enfrentadas pelas famílias e em colaboração com várias instituições para alcançar nossos objetivos. Sabemos que a pressão urbana é grande, mas devemos cuidar do que temos hoje, e os agricultores são fundamentais nesse processo. Este é um projeto importante, e cada parceiro desempenha um papel crucial na busca por soluções para a escassez de água em nossa região”, reforçou Duval.
Entre as diversas ações que a Emater-DF realiza para incentivar a preservação e o uso racional da água, como a implantação da irrigação por gotejamento, o armazenamento de água em tanques lonados ou de ferro-cimento e o incentivo à gestão compartilhada da água para grandes culturas, a participação da empresa no programa Produtor de Águas é uma das que se destaca.
A empresa atua em todos os grupos de trabalho do projeto, desde a mobilização e divulgação junto aos produtores rurais até o acompanhamento das ações em campo, como a realização do diagnóstico que serve de base para o contrato de pagamento por serviços ambientais feito com a Adasa, além das atividades de conservação de solo e reflorestamento
Segundo o coordenador de apoio ao sistema de gerenciamento de recursos hídricos do DF, Wendel Lopes, a assinatura da ACT é um marco. “Estamos muito felizes, pois ele é essencial para a continuidade do projeto. Ao todo, já foram investidos mais de 30 milhões em serviços ambientais na bacia. É um projeto reconhecido nacional e internacionalmente”, comemorou.
Durante a solenidade de assinatura do acordo de cooperação, as autoridades destacaram a importância do projeto que, além de promover o papel do produtor rural no aumento da quantidade e qualidade de água no DF, é um exemplo de trabalho coletivo, transversal, que envolve 14 instituições em torno do bem mais precioso da humanidade: a água.
“Isso aqui não é apenas um ACT, essa assinatura mostra o exercício da transversalidade. Não é fácil fazer um acordo ouvindo a parte jurídica de 14 órgãos e tendo um diálogo fino com a União”, pontuou o secretário de meio ambiente, Antonio Gutemberg.
Segundo o diretor de regulação e meio ambiente da CAESB, o Pipiripau é uma experiência bastante exitosa e deve ser replicada em outras bacias. “É um grande prazer participar desse projeto, pois isso equivale a criar água. Temos um exemplo notável com o Pipiripau e estamos prontos para repetir isso, com a ajuda de todos os nossos parceiros, na Bacia do Descoberto. Já iniciamos o chamamento público para isso, em áreas desprotegidas”, destacou Toti.
Para o presidente do IBRAM, não é possível falar de água sem falar de Cerrado. “E a gente está à disposição para qualquer projeto que seja para reflorestamento ou para preservação do Cerrado”, completou Roney Nemer.
O secretário de agricultura lembrou que há muita água no DF, mas que é preciso usá-la de maneira eficiente. “E o maior desafio é justamente buscar soluções para garantir água para os produtores rurais, envolvendo-os neste processo de preservação, manutenção e uso racional dos recursos hídricos. E isso vai muito além do plantio de árvores e reflorestamento. Envolve, principalmente, a conscientização sobre o ciclo hidrológico e a compreensão sobre os processos de captação de água da chuva, tanto no solo quanto nas camadas subterrâneas”, lembrou Rodriguez.
Segundo o professor da UNB, Ricardo Gaspar, a cooperação viabiliza a oportunidade de colocar estudantes e profissionais universitários para atuar nesse tipo de projeto. “Nossos estudantes atuam nessas áreas, realizando monitoramento geológico e propondo estratégias para aprimorar a recuperação desses espaços com o objetivo de elevar tanto a qualidade ambiental quanto a qualidade social”, afirmou.
O diretor-presidente da ANA acredita que o programa produtor de água não promove apenas o aumento quantitativo e qualitativo da água, mas a conscientização sobre a importância desse recurso vital. “Este programa tem um impacto social significativo, reduzindo enchentes e melhorando o saneamento rural. Ao implementá-lo, especialmente nas nascentes, berço das águas do país, enfatizamos a preservação dessas fontes naturais, a restauração das áreas de mata ciliar e a proteção permanente desses ecossistemas vitais. A próxima etapa importante é quantificar esses benefícios para buscar novas parcerias com órgãos governamentais, setor privado e sociedade civil para fortalecer o programa. Este é o momento propício para planejar nosso futuro e definir metas”, enfatizou Vasconcellos.
Para finalizar o evento, o diretor-presidente da Adasa lembrou que a participação ativa da população é crucial. “Muitas vezes, a sociedade deseja contribuir, mas precisa ser informada e motivada. Quando fui secretário de justiça, promovemos uma campanha no Piauí que resultou na arrecadação de 54 toneladas de alimentos em apenas 21 dias, demonstrando a solidariedade e o desejo da sociedade em participar”, contou.
Ribeiro, destacou ainda a importância da colaboração entre diversos setores. “A água é um recurso valioso, e todos nós desempenhamos um papel importante na sua valorização. Quero parabenizar não apenas os envolvidos nesse trabalho, mas também a sociedade por sua disposição em ajudar a melhorar o aproveitamento desse recurso tão precioso. É um privilégio estar ao lado de parceiros e colegas que compartilham da mesma visão”, concluiu.
Com Informações da Adasa
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