Extensionista Carlos Moraes apresenta um chapéu que protege os trabalhadores de abelhas sem ferrão, porém agressivas

Como identificar diferentes abelhas, fazer o manejo e o transporte correto de forma segura e com o mínimo impacto ambiental: esse foi o tema de uma oficina realizada pela Emater-DF a trabalhadores da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). O encontro marcou o início de um acordo de cooperação técnica entre os dois órgãos e teve como objetivo capacitar os empregados que trabalham com podas preventivas de árvores que possam conter colmeias sem oferecer risco aos funcionários ou à população.

A atividade, composta de parte tórica e prática, ocorreu nesta quinta-feira (28) no Viveiro II da Novacap, no Setor de Oficinas Norte. De acordo com o extensionista rural Carlos Moraes, do Escritório Especializado em Agricultura Orgânica e Agroecologia (Esorg)  da Emater-DF, as abelhas — tanto as variedades com ferrão e sem ferrão — habitam troncos de árvores e, conforme as espécies, na parte mais alta da planta ou no chão, próximo à raiz.

“Se forem insetos como a europeia ou africana, o risco ao trabalhador é imediato. Já as espécies sem ferrão podem ser preservadas, desde que se faça o recolhimento e o transporte correto”, explica Moraes. Para ele, o treinamento tem o propósito de instruir sobre como manejar corretamente as colônias encontradas, com o intuito de transferi-las para ambientes seguros, evitando assim o extermínio desses importantes polinizadores.

Fiscal de manutenção arbórea da Novacap, Clóvis Araújo Fernando elogiou a ação. “O projeto proposto é relevante para nós, técnicos, e é vital entender que nem todas as árvores com abelhas são riscos. Estamos comprometidos em identificar e preservar, agindo quando necessário. Acredito que nosso trabalho será um exemplo para outros órgãos em Brasília”, disse.

A parte prática da oficina aconteceu no amplo espaço do Viveiro II, para onde são destinados os tocos que sobram das podas, onde há centenas de árvores nativas do Cerrado e exóticas. No local, o grupo encontrou abelhas jataí, borá e mandaguari — todas sem ferrão. “É importante identificar as espécies, porque conforme o tipo, as técnicas de manejo e transporte variam”, acrescentou o extensionista da Emater-DF.

A assessora de chefia do Departamento de Parques e Jardins (DPJ) da Novacap, Constância Alves de Macedo, explicou que a empresa do GDF realiza a poda em casos específicos. “São plantas que podem cair a qualquer momento por estarem doentes ou por prejudicar os arredores com raízes estragando a calçada ou o asfalto, por exemplo”, detalha.

O curso foi demandado pela Novacap, que pretende fazer do Viveiro II um local apropriado para abrigar colmeias temporariamente. “Nesse caso, as abelhas ficam em recipientes adequados esperando que um apicultor venha assumir os enxames”, completa o extensionista Carlos Morae, que afirmou que o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre as duas estatais está sendo formatado.

O grupo encontrou abelhas jataí no pé de um tronco de angico branco

Emater-DF

Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.