Kombucha, chá fermentado e produzido de forma artesanal

Uma bebida com vários benefícios nutricionais está conquistando o paladar brasiliense: a kombucha — um chá fermentado e feito artesanalmente — já pode ser encontrada em feiras e mercados da capital. O casal Tomás Faquini e Nanda Picorelli, moradores do núcleo rural Cachoeirinha (região administrativa de São Sebastião), tem se dedicado à produção da bebida desde o ano passado e, com apoio da Emater-DF, vislumbra o crescimento da atividade.

“Por enquanto, fazemos tudo na propriedade, seguindo as normas de higiene e segurança. Mas o projeto é construir uma agroindústria, pois planejamos aumentar a produção”, conta Tomás, que até o ano passado atuava como fotógrafo. Todos os insumos usados na fabricação da kombucha são orgânicos e plantados na própria chácara do casal.

O processo de produção é artesanal. “A bebida é feita com chá e açúcar. O produto permanece em repouso por alguns dias (pouco mais de uma semana, dependendo da temperatura ambiente) até que as bactérias consumam todo o açúcar, resultando numa bebida naturalmente gaseificada”, explica Tomás. Os produtores acrescentam sabores, como morango, hibisco, jabuticaba, dentre outros. “Nosso carro-chefe é o que batizamos de Ouro da Terra, feita com mel, cúrcuma e gengibre”, afirma.

O casal Tomás Faquini e Nanda Picorelli, moradores do núcleo rural Cachoeirinha

Nanda Picorelli observa que a kombucha — originada provavelmente na China há cerca de dois mil anos — envolve uma cultura de doar e receber. “As bactérias devem ser mantidas em um recipiente onde guardamos o que é chamado de scoby. É tradição entre os produtores trocarem essa estrutura para que os interessados iniciem a fabricação”, explica. Os principais benefícios da kombucha estão relacionados ao bom funcionamento do aparelho digestivo.

Segundo a engenheira-agrônoma Maíra Teixeira de Andrade, gerente do escritório da Emater-DF em São Sebastião, a empresa agora vai ajudar o casal a desenvolver o projeto da agroindústria. “Com as instalações, eles poderão obter autorização para entregar o produto em estabelecimentos comerciais, aumentando as possibilidades de elevação da renda”, observa a extensionista.

Além disso, os produtores terão acesso a recursos de crédito rural, podendo investir no negócio. Atualmente, eles vendem a kombucha na feira da 215 Norte, aos sábados. “A princípio, prevemos a produção de 600 litros por mês”, acrescenta Tomás Faquini.

A engenheira-agrônoma Maíra Teixeira de Andrade orienta os produtores

Melhoria de vida
Grávida, Nanda Picorelli conta que, até o ano passado, tinha uma rotina estressante. “Morava na área urbana, trabalhava todos os dias em horário comercial e nos finais de semana precisava acompanhar os eventos, cuidando de todos os detalhes. Com a pandemia, festas e shows foram cancelados e tive que rever tudo”, recorda.

Tomás também teve sua atividade afetada pela crise sanitária. “A pandemia trouxe uma reflexão sobre saúde. Nossa produção está conectada com a nova situação: o foco é o bem-estar, não só o nosso, mas também do nosso cliente”, aponta.

Para a engenheira-agrônoma da Emater-DF, ao prestar a assistência de qualidade aos produtores, a empresa cumpre seu papel. “Nossa missão é contribuir para o crescimento do produtor rural em todos os aspectos — econômico, social e ambiental — e garantir, dessa forma, a segurança alimentar da população”, conclui Maíra.

A Emater-DF
Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF e Entorno. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.