A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural na Câmara dos Deputados promoveu, nesta quinta-feira (14), uma audiência pública para discutir a situação do sistema oficial de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) pública do país. Durante o encontro, foi abordado a amplitude do trabalho de assistência técnica e extensão rural realizado pelas Emateres juntos aos produtores e também a situação de sucateamente das instituições em alguns estados.

O encontro contou a presença do presidente da Associação Brasileira das Entidades de Assist. Técnica e Ext. Rural, Pesquisa e Agropecuária e Regularização Fundiária (Asbraer), Natalino Avance de Souza, da diretora da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), Loroana Coutinho de Santana, do diretor do departamento de assistência técnica e extensão rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Marenilson Batista da Silva, do presidente da Emater-DF, Cleison Duval, bem como de presidentes de emateres de outros estados, representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), da Associação dos Servidores da Emater-DF (Asser), representando a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Assistência Técnica, Extensão Rural e na Pesquisa, do Setor Público Agrícola Brasileiro (Faser), além de deputados e extensionistas.

“A extensão oficial tem lutado por uma atenção. Nós estamos tratando aqui de segurança alimentar de uma nação. É da comida que está na mesa todos os dias da população deste país”, ressaltou o presidente da Emater-DF, Cleison Duval, que esteve presente na reunião juntamente com a diretora-executiva da empresa, Loiselene Trindade.

Presidente da Emater-DF defendeu atenção especial à Ater Pública

Cleison lembrou que as empresas de Ater oficiais atuam nas áreas econômica, social e ambiental. “São três dimensões muito importantes que só a extensão rural oficial dá conta na área rural. Na área ambiental, quem tá levando e tomando conta de ações como as de proteção da água, de recuperação de áreas degradas, de proteção de nascentes, de recuperação do solo e de muitas outras frentes são os extensionistas da rede oficial. Nós que estamos lá todos os dias, continuamente, com as famílias rurais. As emateres têm que ter uma atenção especial”, afirmou.

Ele também destacou que os extensionistas são responsáveis por levar políticas públicas para o campo, como crédito, fomento, auxílio no plantio e no processo de participação das compras governamentais. “Tudo passa pela extensão oficial.”

Presidente da Asbraer apresentou dados da Ater Pública em todo o país

De acordo com deputado Coronel Assis (União-MT), que presidiu a comissão, o investimento federal nas políticas de assistência técnica e extensão rural têm sido cada vez mais reduzido, apesar do sistema atender mais de 2 milhões de produtores ligados à agricultura familiar.

O presidente da Asbraer, que representa as entidades de assistência técnica e extensão rural no país, falou sobre a falta de condições de trabalho enfrentadas pelas empresas públicas, o distânciamento tecnológico que existe entre o médio e o pequeno produtor, qualidade de vida no campo e diversos outros fatores que têm impactado negativamente a agricultura familiar o trabalho dos extensionistas.

“A Ater pública faz para o país o que a privada não faz, que é atender os pequenos agricultores, reduzir o distanciamento tecnológico, recuperar áreas degradadas e promover qualidade de vida no meio rural. Precisamos recuperar o status de serviço indispensável e promover qualificação de serviços e profissionais”, disse Natalino, que destacou como essencial recuperar o apoio das instâncias públicas para obter orçamento que permita modernização e eficácia no trabalho da Ater Pública.

A Emater-DF

Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.